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MAI
18
18 MAI 2025
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
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Vozes da resistência ecoaram na 11ª Marcha de Enfrentamento ao Racismo e à Intolerância Religiosa
Foto Noticia Principal Grande
Foto: Luci Sallum/PMC
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Dentro da agenda do mês que marca o combate e enfrentamento ao racismo, a Prefeitura de Contagem promoveu, nesse sábado (18/5), a 11ª Marcha de Enfrentamento ao Racismo e à Intolerância Religiosa. A ação, teve início na praça Paulo Pinheiro Chagas e ganhou a avenida João César de Oliveira, em direção ao Espaço Popular do Eldorado, reunindo representantes do movimento negro, de povos e comunidades tradicionais, de estudantes da rede municipal de ensino e de membros da sociedade civil e do poder público, além da participação do bloco Namastreta. Com o objetivo de estimular uma reflexão social, a marcha representa uma manifestação coletiva em defesa da igualdade racial, respeito e liberdade religiosa.

Sob a responsabilidade da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, a marcha foi instituída pela Lei Municipal nº 4.717/2015 como parte do compromisso da cidade com a promoção dos direitos humanos e busca frisar a importância da convivência pacífica, valorização da diversidade e luta contra os discursos de ódio. A iniciativa também integra as ações do Plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Plampir). 

  
Participantes da marcha carregaram faixas pedindo mais respeito e o fim da discriminação - Fotos: Luci Sallum/PMC

De acordo com secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Lino, o evento tem o intuito de defender a construção de uma sociedade em que todas as raças, credos e formas de ser, viver e existir sejam respeitadas. “Estamos aqui reafirmando o compromisso ético com nossas vidas e histórias na construção de uma cidade antirracista. Este é um princípio do nosso governo, que trabalha para construir, cada vez mais, um local onde todos possam viver de forma democrática, com respeito aos direitos humanos e à diversidade, que é o nosso maior patrimônio. Assim, ao marcharmos, simbolizamos o comprometimento de Contagem contra o preconceito, racismo e a intolerância religiosa”, afirmou.

O secretário de Educação, Lindomar Diamantino, disse que a educação desempenha um papel crucial na construção de um mundo mais justo e igualitário. “É fundamental reconhecer o papel dos movimentos sociais e, especialmente, da educação, como ambiente de diálogo e conscientização. As escolas são espaços privilegiados para o debate e a ação contra o racismo, mas a luta precisa ir além dos muros das instituições. Por isso, com a participação da rede de ensino, contribuímos para a conscientização e combate a esse crime que afeta toda a sociedade”.

Para o superintendente de Política para a Promoção da Igualdade Racial, João Pio, a marcha se destaca por ser um ato político, pedagógico e simbólico, que chama a cidade inteira a refletir e agir contra o racismo. “É uma iniciativa coletiva que envolve escolas, movimentos sociais, comunidades tradicionais e o poder público. Para a população negra e os povos de terreiro, a caminhada é também um espaço de afirmação, resistência e visibilidade. Marchamos para dizer que o racismo precisa ser enfrentado todos os dias, com políticas, práticas e compromisso real com a igualdade”. 

Vozes da resistência 

A  presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB Minas, Isabela Dário, explicou que é fundamental que os direitos sejam respeitados e que as instituições compreendam que o Brasil é um país laico, ou seja, não pertence a nenhuma ordem religiosa. “Hoje o movimento cresce e ocupa as ruas, mostrando que essas comunidades existem, resistem e querem apenas dignidade e respeito. Marchar é necessário, mesmo que cause incômodo. Só assim o município entende que há pessoas sendo violentadas por sua fé ou cor de pele”. 

Isabela Dário lembrou que desrespeitar alguém devido a cor, raça ou religião é uma infração de direito. “Racismo é crime, intolerância religiosa também. Não cabe mais a ideia de que alguém é superior por causa da cor da pele ou pela crença que professa. A diversidade existe e precisa ser respeitada. A marcha educa, informa e reafirma: nós existimos e não vamos recuar”.

Para Ya Ewe Ângela de Logun, o evento tem dois eixos fundamentais: de um lado, o enfrentamento ao racismo; de outro, a valorização do legado africano presente em Contagem e em todo o país. “Só vamos combater o racismo se ensinarmos esse legado, que é essencial para nossa história. O cultivo natural se inspira em práticas ancestrais, muitas delas com raízes africanas. A medicina tradicional, com uso de ervas, banhos e conexão com a natureza, sempre foi parte da sabedoria dos povos de matriz africana e indígena. Precisamos resgatar esse conhecimento como ferramenta de valorização e resistência”. 

Segundo ela, é preciso dizer não ao racismo, “porque ele bloqueia o avanço de uma sociedade justa, piora as relações humanas e impede soluções reais para o planeta. Estar nas ruas hoje é uma lição de humanidade”, afirmou.

  
Além de cartazes e faixas, estudantes levaram flâmulas homenageando personalidades negras que marcaram a história da luta antirracista e a igualdade de direitos - Fotos: Luci Sallum/PMC

Já a mãe Katia Ty Lissá, dona da casa Ilê Axé Omin Ty Oxalufan, participa da marcha há dez anos e lembrou que se trata de um momento para mostrar, de forma simbólica e educativa, que o povo negro existe e quer combater o preconceito. “Contagem tem mais de 70 terreiros mapeados. Antes, nosso povo vivia escondido. Agora, graças às políticas públicas e à marcha, conseguimos ocupar praças, parques e espaços públicos com dignidade”. Ela também destacou o orgulho de fazer parte dessa transformação. “É um movimento importante tanto como povo de matriz africana quanto como cidadãos. Antes, muitas vezes, eu não era vista como cidadã por ser negra. Hoje, essa visibilidade está sendo conquistada com luta. Estamos unidos num só objetivo: informar, resistir e transformar a cidade”. 

Maria Eduarda Furtado, que é estudante do terceiro ano do ensino médio da Funec Nova Contagem, comentou sobre a experiência de participar da marcha pela primeira vez. “Acho muito importante a mobilização das escolas e dos jovens para mostrar à população a força que temos enquanto juventude”, declarou.  Segundo a estudante, a luta contra o racismo e a intolerância religiosa é uma pauta constantemente discutida em sua escola. “É essencial estarmos aqui para conscientizar as pessoas. Estamos ocupando nosso espaço como juventude, porque, assim, somos capazes de mudar essa realidade”, ressaltou.

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